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domingo, 19 de junho de 2011

Cristianismo

Cristianismo (do grego Xριστός, "Cristo") é uma religião monoteísta  centrada na vida e nos ensinamentos de Jesus de Nazaré, tais como são apresentados no Novo Testamento. A cristã acredita essencialmente em Jesus como o Cristo, Filho de Deus, Salvador e Senhor
A religião cristã tem três vertentes principais: o Catolicismo, a Ortodoxia Oriental (separada do catolicismo em 1054 após o Grande Cisma do Oriente) e o protestantismo (que surgiu durante a Reforma Protestante do século XVI). O protestantismo é dividido em grupos menores chamados de denominações. Os cristãos acreditam que Jesus Cristo é o Filho de Deus que se tornou homem e o Salvador da humanidade, morrendo pelos pecados do mundo. Geralmente, os cristãos se referem a Jesus como o Cristo ou o Messias.
Os seguidores do cristianismo, conhecidos como cristãos,  acreditam que Jesus seja o Messias profetizado na Bíblia Hebraica (a parte das escrituras comum tanto ao cristianismo quanto ao judaísmo). A teologia cristã ortodoxa alega que Jesus teria sofrido, morrido e ressuscitado para abrir o caminho para o céu aos humanos;  Os cristãos acreditam que Jesus teria ascendido aos céus, e a maior parte das denominações ensina que Jesus irá retornar para julgar todos os seres humanos, vivos e mortos, e conceder a imortalidade aos seus seguidores. Jesus também é considerado para os cristãos como modelo de uma vida virtuosa, e tanto como o revelador quanto a encarnação de Deus.  Os cristãos chamam a mensagem de Jesus Cristo de Evangelho ("Boas Novas"), e por isto referem-se aos primeiros relatos de seu ministério como evangelhos.
O cristianismo se iniciou como uma seita judaica  e, como tal, da mesma maneira que o próprio judaísmo ou o islamismo, é classificada como uma religião abraâmica (ver também judaico-cristão). Após se originar no Mediterrâneo Oriental, rapidamente se expandiu em abrangência e influência, ao longo de poucas décadas; no século IV já havia se tornado a religião dominante no Império Romano. Durante a Idade Média a maior parte da Europa foi cristianizada, e os cristãos também seguiram sendo uma significante minoria religiosa no Oriente Médio, Norte da África e em partes da Índia.  Depois da Era das Descobertas, através de trabalho missionário e da colonização, o cristianismo se espalhou para as Américas e pelo resto do mundo.
O cristianismo desempenhou um papel de destaque na formação da civilização ocidental pelo menos desde o século IV
No início do século XXI o cristianismo conta com entre 1,5 bilhão e 2,1 bilhões de seguidores, representando cerca de um quarto a um terço da população mundial, e é uma das maiores religiões do mundo. O cristianismo também é a religião de Estado de diversos países. 


Principais crenças

 

Embora existam diferenças entre os cristãos sobre a forma como interpretam certos aspectos da sua religião, é também possível apresentar um conjunto de crenças que são partilhadas pela maioria deles.

 

Monoteísmo

 

Grande parte das vertentes cristãs herdaram do judaísmo a crença na existência de um único Deus, criador do universo e que pode intervir sobre ele. Os seus atributos mais importantes são por isso a onipotência, a onipresença e onisciência. Os teólogos do chamado Teísmo aberto discutem a atribuição destes atributos (ou parte deles) a Deus.
Outro dos atributos mais importantes de Deus, referido várias vezes ao longo do Novo Testamento, é o amor: Deus ama todas as pessoas e estas podem estabelecer uma relação pessoal com ele através da oração.
A maioria das denominações cristãs professa crer na Santíssima Trindade, isto é, que Deus é um ser eterno que existe como três pessoas eternas, distintas e indivisíveis: o Pai, o Filho e o Espírito Santo.
A doutrina das denominações cristãs difere do monoteísmo judaico visto que no judaísmo não existem três pessoas da Divindade, há apenas um único Deus, e o Messias que virá será um homem, descendente do rei David

  

Jesus Cristo, Jesus histórico.

 

Outro ponto crucial para os cristãos é o da centralidade da figura de Jesus Cristo. Os cristãos reconhecem a importância dos ensinamentos morais de Jesus, entre os quais salientam o amor a Deus e ao próximo, e consideram a sua vida como um exemplo a seguir. O cristianismo reconhece Jesus como o Filho de Deus que veio à Terra libertar os seres humanos do pecado através da sua morte na cruz e da sua ressurreição, embora variem entre si quanto ao significado desta salvação e como ela se dará. Para a maioria dos cristãos, Jesus é completamente divino e completamente humano.
Há no entanto, uma recorrente discussão sobre a divindade de Jesus. Aqueles que questionam a divindade de Cristo argumentam que ele jamais teria afirmado isso expressamente. Os que defendem a divindade de Cristo, por sua vez, valem-se de versículos que, através da postura de Jesus e dentro do próprio contexto cultural judaico da época, deixariam clara sua condição divina.

 

A salvação

 

O cristianismo acredita que a fé em Jesus Cristo proporciona aos seres humanos a salvação e a vida eterna. «Pois Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.» (João 3:16)

 

A vida depois da morte

 

As visões sobre o que acontece após a morte dentro do Cristianismo variam entre as denominações. A Igreja Católica considera a existência do céu, para onde vão os justos, do inferno, para onde vão os pecadores que não se arrependeram, e do purgatório, que é um estágio de purificação para os pecadores que morreram em estado de graça. As igrejas orientais, bem como algumas igrejas protestantes, consideram a existência apenas do céu e do inferno. Dentro do Protestantismo, a maior parte das denominações acredita que os mortos serão ressuscitados no Juízo Final, quando então serão julgados, sendo que os pecadores serão definitivamente mortos e os justos viverão junto a Cristo na imortalidade. Já as denominações do Cristianismo Esotérico são reencarnacionistas e ponderam que nenhum homem é totalmente bom nem totalmente mau, e após a morte sofrerão as consequências do bem e do mal que tenham praticado em vida, atingindo a perfeição com as sucessivas encarnações.

 

A Igreja

 

O cristianismo acredita na Igreja (ekklesia), palavra de origem grega que significa "assembleia", entendida como a comunidade de todos os cristãos e como corpo místico de Cristo presente na Terra e sua continuidade. As principais igrejas ligadas ao cristianismo são: a Igreja Católica, as Igrejas Protestantes e a Igreja Ortodoxa.

 

Diferenças nas crenças

 

 

O Credo de Niceia

 

O Credo de Niceia, formulado nos concílios de Niceia e Constantinopla, foi ratificado como credo universal da Cristandade no Concílio de Éfeso de 431. Os cristãos ortodoxos orientais não incluem no credo a cláusula filioque, que foi acrescentada pela Igreja Católica mais tarde.
As crenças principais declaradas no Credo de Niceia são:
  • A crença na Trindade;
  • Jesus é simultaneamente divino e humano;
  • A salvação é possível através da pessoa, vida e obra de Jesus;
  • Jesus Cristo foi concebido de forma virginal, foi crucificado, ressuscitou, ascendeu ao céu e virá de novo à Terra;
  • A remissão dos pecados é possível através do baptismo (br-batismo);
  • Os mortos ressuscitarão.
Na altura em que foi formulado, o Credo de Niceia procurou lidar directamente com crenças que seriam consideradas heréticas, como o arianismo, que negava que o Pai e Filho eram da mesma substância, ou o gnosticismo.
A maior parte das igrejas protestantes partilham com a Igreja Católica a crença no Credo de Niceia.

 

Outros textos considerados sagrados

 

Alguns cristãos consideram que determinados escritos, para além dos que fazem parte da Bíblia, foram divinamente inspirados. Os membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias atribuem a três livros a qualidade de terem sido inspirados por Deus; esses livros são o Livro de Mórmon, a Doutrina e Convénios e a Pérola de Grande Valor. Para os Adventistas do Sétimo Dia os escritos de Ellen G. White são uma manifestação profética que, contudo, não se encontra ao mesmo nível que a Bíblia.

 

História

 

Um antigo símbolo ictus circular, criada pela combinação das letras gregas ΙΧΘΥΣ em uma roda. Éfeso, na Ásia Menor.
Segundo a religião judaica, o Messias, um descendente do Rei Davi, iria um dia aparecer e restaurar o Reino de Israel. Na Palestina, por volta de 26 d.C., Jesus Cristo, nascido na cidade de Belém na Galileia começou a pregar uma nova doutrina e atrair seguidores, sendo aclamado por alguns como o Messias. Jesus foi rejeitado, tido por apóstata pelas autoridades judaicas. Foi condenado por blasfémia e executado pelos romanos como um líder rebelde. Seus seguidores enfrentaram dura oposição político-religiosa, tendo sido perseguidos e martirizados, pelos líderes religiosos judeus, e, mais tarde, pelo Estado Romano.
Com a morte e ressurreição de Jesus, os apóstolos, principais testemunhas da sua vida, reúnem-se numa comunidade religiosa composta essencialmente por judeus e centrada na cidade de Jerusalém. Esta comunidade praticava a comunhão dos bens, celebrava a "partilha do pão" em memória da última refeição tomada por Jesus e administrava o batismo aos novos convertidos. A partir de Jerusalém, os apóstolos partiram para pregar a nova mensagem, anunciando a nova religião inclusive aos que eram rejeitados pelo judaísmo oficial. Assim, Filipe prega aos Samaritanos, o eunuco da rainha da Etiópia é baptizado, bem como o centurião Cornélio. Em Antioquia, os discípulos abordam pela primeira vez os pagãos e passam a ser conhecidos como cristãos.


O Didaquê (em grego clássico: Διδαχń) é um texto do século I, baseado nas tradições das primeiras comunidades cristãs e escrito por vários autores. Apesar de pequeno, é de grande valor histórico e teológico. Foi descoberto em 1873 num mosteiro de Constantinopla.

Paulo de Tarso não se contava entre os apóstolos originais, ele era um judeu fariseu que perseguiu inicialmente os primeiros cristãos. No entanto, ele tornou-se depois um cristão e um dos seus maiores, senão o maior missionário depois de Jesus Cristo. Boa parte do Novo Testamento foi escrito ou por ele (as Epístolas paulinas) ou por seus cooperadores (o evangelho de Lucas e os actos dos apóstolos). Paulo afirmou que a salvação dependia da fé em Cristo. Entre 44 e 58 ele fez três grandes viagens missionárias que levaram a nova doutrina aos gentios e judeus da Ásia Menor e de vários pontos da Europa, entre eles Roma.
Nas primeiras comunidades cristãs a coabitação entre os cristãos oriundos do paganismo e os oriundos do judaísmo gerava por vezes conflitos. Alguns dos últimos permaneciam fiéis às restrições alimentares e recusavam-se a sentar-se à mesa com os primeiros. Na Assembleia de Jerusalém (Concílio de Jerusalém), em 48, decide-se que os cristãos ex-pagãos não serão sujeitos à circuncisão (veja Controvérsia da circuncisão), mas para se sentarem à mesa com os cristãos de origem judaica devem abster-se de comer carne com sangue ou carne sacrificada aos ídolos. Consagra-se assim a primeira ruptura com o judaísmo.
Na época, a visão de mundo monoteísta do judaísmo era atrativa para alguns dos cidadãos do mundo romano, mas costumes como a circuncisão, as regras de alimentação incômodas, e a forte identificação dos judeus como um grupo étnico (e não apenas religioso) funcionavam como barreiras dificultando a conversão dos homens. Através da influência de Paulo, o cristianismo simplificou os costumes judaicos aos quais os gentios não se habituavam enquanto manteve os motivos de atração. Alguns autores defendem que essa mudança pode ter sido um dos grandes motivos da rápida expansão do cristianismo.
Outros autores entendem a ruptura com os ritos judaicos mais como uma consequência da expansão do cristianismo entre os não-judeus do que como sua causa. Estes invocam outros fatores e características como causa da expansão cristã, por exemplo: a natureza da fé cristã que propõe que a mensagem de Deus destina-se a toda a humanidade e não apenas ao seu povo escolhido; a fuga da perseguição religiosa empreendida inicialmente por judeus conservadores, e posteriormente pelo Estado Romano; o espírito missionário dos primeiros cristãos com sua determinação em divulgar o que Cristo havia ensinado a tantas pessoas quantas conseguissem.

 
Mosaico grego de Jesus do século XI.

A narrativa da perseguição religiosa, da dispersão dela decorrente, da expansão do cristianismo entre não-judeus e da subsequente abolição da obrigatoriedade dos ritos judaicos pode ser lida no livro de Atos dos Apóstolos. De resto, os cristãos adotam as regras e os princípios do Antigo Testamento, livro sagrado dos Judeus.
Em Junho do ano 66 inicia-se a revolta judaica. Em Setembro do mesmo ano a comunidade cristã de Jerusalém decide separar-se dos judeus insurrectos, seguindo a advertência dada por Jesus de que quando Jerusalém fosse cercada por exércitos a desolação dela estaria próxima, e exila-se em Pela, na Transjordânia, o que representa o segundo momento de ruptura com o judaísmo.
Após a derrota dos judeus em 70, cristãos e outros grupos judeus trilham caminhos cada vez mais separados. Para o cristianismo o período que se abre em 70 e que segue até aproximadamente 135 caracteriza-se pela definição da moral e fé cristã, bem como de organização da hierarquia e da liturgia. No Oriente, estabelece-se o episcopado monárquico: a comunidade é chefiada por um bispo, rodeado pelo seu presbitério e assistido por diáconos.
Gradualmente, o sucesso do cristianismo junto das elites romanas fez deste um rival da religião estabelecida. Embora desde 64, quando Nero mandou supliciar os cristãos de Roma, se tivessem verificado perseguições ao cristianismo, estas eram irregulares. As perseguições organizadas contra os cristãos surgem a partir do século II: em 112 Trajano fixa o procedimento contra os cristãos. Para além de Trajano, as principais perseguições foram ordenadas pelos imperadores Marco Aurélio, Décio, Valeriano e Diocleciano. Os cristãos eram acusados de superstição e de ódio ao género humano. Se fossem cidadãos romanos eram decapitados; se não, podiam ser atirados às feras ou enviados para trabalhar nas minas.
Durante a segunda metade do século II assiste-se também ao desenvolvimento das primeiras heresias. Tatiano, um cristão de origem síria convertido em Roma, cria uma seita gnóstica que reprova o casamento e que celebrava a eucaristia com água em vez de vinho. Marcião rejeitava o Antigo Testamento, opondo o Deus vingador dos judeus, ao Deus bondoso do Novo Testamento, apresentado por Cristo; ele elaborou um Livro Sagrado, o Evangelho de Marcião, feito a partir de passagens retiradas do Evangelho de Lucas e das epístolas paulinas. À medida que o cristianismo criava raízes mais fortes na parte ocidental do Império Romano, o latim passa a ser usado como língua sagrada (nas comunidades do Oriente usava-se o grego).
Durante o século III, com o relaxamento da intolerância aos cristãos, a Igreja havia conseguido muitos donativos e bens. Porém com o fortalecimento da perseguição pelo imperador Diocleciano, esses bens foram confiscados. Posteriormente com a derrota de Diocleciano e a ascensão do imperador romano Constantino, o cristianismo foi legalizado pelo Édito de Milão de 313, e os bens da Igreja devolvidos.  


 

A questão da conversão de Constantino ao Cristianismo é uma tema de profundo debate entre os historiadores, mas em geral aceita-se que a sua conversão ocorreu gradualmente. Como maneira de fazer penitência [20] [21], Constantino ordenou a construção de diversas basílicas e outros templos e as doou à Igreja [20]. Dentre elas, uma basílica em Roma no local onde, segundo a Tradição, o apóstolo Pedro estava sepultado e, influenciado pela sua mãe, a imperatriz Helena, ordena a construção em Jerusalém da Basílica do Santo Sepulcro e da Basílica da Natividade em Belém.
Para evitar mais divisões na Igreja, Constantino convocou o Primeiro Concílio de Niceia em 325, onde se definiu o Credo Niceno, uma manifestação mínima da crença partilhada pelos bispos cristãos. [20]
Mais tarde, nos anos de 391 e 392, o imperador Teodósio I combate o paganismo, proibindo o seu culto e proclamando o cristianismo religião oficial do Império Romano.
O lado ocidental do Império cairia em 476, ano da deposição do último imperador romano pelo "bárbaro" germânico Odoacro, mas o cristianismo permaneceria triunfante em grande parte da Europa, até porque alguns bárbaros já estavam convertidos ao cristianismo ou viriam a converter-se nas décadas seguintes. O Império Romano teve desta forma um papel instrumental na expansão do cristianismo.
Do mesmo modo, o cristianismo teve um papel proeminente na manutenção da civilização europeia. A Igreja, única organização que não se desintegrou no processo de dissolução da parte ocidental do império, começou lentamente a tomar o lugar das instituições romanas ocidentais, chegando mesmo a negociar a segurança de Roma durante as invasões do século V. A Igreja também manteve o que restou de força intelectual, especialmente através da vida monástica.
Embora fosse unida linguisticamente, a parte ocidental do Império Romano jamais obtivera a mesma coesão da parte oriental (grega). Havia nele um grande número de culturas diferentes que haviam sido assimiladas apenas de maneira incompleta pela cultura romana. Mas enquanto os bárbaros invadiam, muitos passaram a comungar da fé cristã. Por volta dos séculos IV e X, todo o território que antes pertencera ao ocidente romano havia se convertido ao cristianismo e era liderado pelo Papa. Missionários cristãos avançaram ainda mais ao norte da Europa, chegando a terras jamais conquistadas por Roma, obtendo a integração definitiva dos povos germânicos e eslavos.

 

Formas de culto

 

 
Cemitério cristão.
O Batismo de Cristo por Francesco Albani.
As formas de culto do cristianismo envolvem oração, leitura alternada de salmos ou de passagens bíblicas tais como as de livros do Antigo Testamento, os Evangelhos, as Espitolas e/ou o Apocalipse. Cantam-se hinos a Deus, o Pai, Jesus ou ao Espirito Santo e aos anjos e santos entre catolicos romanos, episcopais e ortodoxos. A cerimónia da eucaristia é praticada diariamente ou semanalmente por católicos, luteranos, episcopais ou anglicanos e ortodoxos).
Já a equivalente Ceia do Senhor pratica-se mensal, trimensal ou anualmente por diversas igrejas entre os protestantes. Sermoes sao pregados pelo sacerdote, pastor, ancião, ministro ou outros lideres. A maioria das denominações cristãs consagra o Domingo como dia de culto. Há denominacoes que consideram o Sábado dia santo de guarda, entre elas Baptistas do Setimo Dia, Adventistas, Igrejas de Deus (7.o dia) e Judeus Messiânicos. A devoção e oração individual ou em grupo nos outros dias da semana também são encorajadas.
Os católicos romanos e os ortodoxos aceitam sete sacramentos como dispensadores de graças divinas:
Protestantes geralmente só aceitam dois sacramentos a que chamam de ordenanças:
  • Batismo (para a maioria das denominações, apenas em adultos);
  • Santa Ceia (não aceitando a eucaristia, voltando ao padrão bíblico "PÃO" E "VINHO", ambos aceitos apenas como símbolos).
Igrejas como a Luterana, a Metodista, a Presbiteriana e a Episcopal/Anglicana que administram batismo a recem-nascidos tambem adotam a confirmação quando a criança tem mais entendimento para assumir a responsabilidade pela sua religiosidade. Batistas, Adventistas, Pentecostais e outros optam por uma dedicação do bebê ao Senhor e só batizam quem é maduro o suficiente para decidir por si mesmo que querem realmente abraçar a fé.

 

Concepções religiosas e filosóficas

 

O cristianismo prega o amor a Deus e ao próximo como o seu fundamento espiritual. De facto estas atitudes não constituem dois mandamentos separados (1º a Deus e 2º ao próximo), mas sim um só em que nenhuma das partes pode ser excluída. A salvação espiritual é oferecida gratuitamente a quem deseja aceitá-la buscando a Deus na figura de seu filho Jesus e que a busca de Deus é uma experiência transformadora da natureza humana.
Podemos considerar três períodos que definem a concepção e filosofia do cristianismo:
  1. Cristianismo primitivo: caracterizado por uma heterogeneidade de concepções;
  2. Patrística: ocorrida no período entre os séculos II e VIII, com a transformação da nova religião em uma Igreja oficial do Império Romano fundada por Constantino e a formação de um clero institucionalizado, e cujo doutrinário expoente foi Santo Agostinho;
  3. Escolástica: a partir do século VIII e cujo expoente foi São Tomás de Aquino, que afirmou que fé e razão podem ser conciliadas, sendo a razão um meio de entender a fé.
A partir do protestantismo, é necessário fazer uma diferenciação entre a história e concepção da Igreja Católica e das diversas denominações evangélicas que se formaram.

 

 Símbolos

 

Objetos religiosos cristãos: a Bíblia Sagrada, um Crucifixo e um Rosário.
O símbolo mais reconhecido do cristianismo é sem dúvida a cruz, que pode apresentar uma grande variedade de formas de acordo com a denominação: crucifixo para os católicos, a cruz de oito braços para os ortodoxos e uma simples cruz latina para os protestantes evangélicos. Alguns grupos preferem nao adotar nenhum simbolo e consideram a cruz de origem pagã, comparando a reverencia a objetos como idolatria, condenada pelos mandamentos divinos.
Outro símbolo cristão, que remonta aos começos da religião. é o Ichthys ou peixe estilizado (a palavra Ichthys significa peixe em grego, sendo também um acrónimo de Iesus Christus Theou Yicus Soter, "Jesus Cristo filho de Deus Salvador"), hoje sempre visto no protestantismo. Outros símbolos do cristianismo primitivo, por vezes ainda utilizados, eram o Alfa e o Ómega (primeira e última letras do alfabeto grego, em referência a Cristo como princípio e fim de todas as coisas), a âncora (representando a salvação da alma que alcancou o bom porto) e o "Bom Pastor," a representação de Cristo como o dedicado pastor das ovelhas.

 

Calendário litúrgico e festividades

 

Os cristãos atribuem a determinado dias do calendário uma importância religiosa. Estes dias estão ligados à vida de Jesus Cristo ou à história dos primórdios do movimento cristão.
O calendário litúrgico cristão inclui as seguintes festas:


 
Presépio durante o Natal.
  • Advento: período constituído pelas quatro semanas antes do Natal, entendidas como época de preparação para a celebração do nascimento de Jesus Cristo;
  • Natal: celebração do nascimento de Jesus;
  • Epifania: para os católicos, celebra a adoração de Jesus Cristo pelos Reis Magos, enquanto que para os cristãos ortodoxos o seu baptismo. Acontece doze dias após o Natal;
  • Sexta-feira Santa: morte de Jesus,
  • Domingo de Páscoa: ressurreição de Jesus;
  • Ascensão: ascensão de Jesus ao céu. Acontece quarenta dias após o Domingo de Páscoa;
  • Pentecostes: celebração do aparecimento do Espírito Santo aos cristãos. Ocorre cinquenta dias após o Domingo de Páscoa.
Alguns dias têm uma data fixa no calendário (como o Natal, celebrado a 25 de Dezembro), enquanto que outros se movem ao longo de várias datas. O período mais importante do calendário litúrgico é a Páscoa, que é uma festa móvel. Nem todas denominações cristãs concordam em relação a que datas atribuir importância. Por exemplo, o Dia de Todos-os-Santos é celebrado pela Igreja Católica e pela Igreja Anglicana a 1 de Novembro, enquanto que para a Igreja Ortodoxa a data é celebrada no primeiro Domingo depois do Pentecostes; outras denominações cristãs não celebram sequer este dia. De igual forma, alguns grupos protestantes recusam celebrar o Natal uma vez que consideram ter origens pagãs.



Denominações cristãs

 

 A Praça de São Pedro vista do alto da Basílica, no Vaticano, o centro da Igreja Católica.



Os países com 50% ou mais da população adepta ao cristianismo estão representados em roxo, enquanto os países com 10% a 50% de população cristã estão em rosa.
No cristianismo existem numerosas tradições e denominações, que reflectem diferenças doutrinais por vezes relacionadas com a cultura e os diferentes contextos locais em que estas se desenvolveram. Segundo a edição de 2001 da World Christian Encyclopedia existem 33 830 denominações cristãs. Desde a Reforma o cristianismo é dividido em três grandes ramos:
Além desses três ramos majoritários, ainda existem outros segmentos minoritários do Cristianismo. Em geral se enquadram em uma das seguintes categorias:

 

Denominação cristã

 

Uma denominação, no sentido cristão do termo, é uma organização religiosa que funciona com um nome, uma estrutura e (ou) uma doutrina comuns.
Denominacionalismo é o ponto de vista segundo o qual alguns ou todos os grupos cristãos são, em algum sentido, versões da mesma coisa, apesar de suas características distintivas. Nem todas as denominações ensinam isto: a grande maioria dos cristãos pertence a Igrejas que, embora aceitem a validade parcial de outros grupos, entendem a multiplicação de vertentes como um problema que deve ser sanado. Há também alguns grupos que são vistos como apóstatas ou heréticos por praticamente todos os outros.
As divisões mais básicas no Cristianismo contemporâneo ocorrem entre o Igreja Católica Romana, a Igreja Católica Ortodoxa e as várias denominações formadas antes, durante e depois da Reforma Protestante. As maiores diferenças entre Ortodoxia e Catolicismo são culturais e hierárquicas, enquanto as denominações Protestantes apresentam diferenças teológicas mais acentuadas para com as duas primeiras, bem como grande diversificação doutrinária entre suas vertentes.
As comparações entre grupos denominacionais devem ser feitas com cautela. Em alguns grupos, por exemplo, congregações são parte de uma organização eclesiástica monolítica, enquanto que, em outros grupos, cada congregação é uma organização autônoma independente. Comparações numéricas também são problemáticas. Alguns grupos contam como membros tanto os adultos batizados quanto os filhos batizados dos fiéis, enquanto outros somente contabilizam os fiéis adultos

 

Divisões históricas

 

Algumas denominações ou grupos semi-cristãos do passado não existem hoje. É o caso, por exemplo, dos gnósticos (que sustentavam um modelo dualista), os ebionitas (que negavam a divindade de Cristo), os apolinarianos (defendiam que Jesus teria corpo humano e mente divina), os montanistas (que pregavam uma nova revelação concedida a eles) e os arianos (que acreditavam que Jesus foi um ser criado ao invés de coeterno com Deus Pai, e que, durante um período, foram mais numerosos na igreja institucional que os não-arianos). Muitos desses grupos primitivos, hoje considerados heréticos, se extinguiram por falta de seguidores ou, de uma forma geral, por supressão por parte da Igreja, que em seus primeiros séculos passou por um grande esforço de unificação e definição do que seria ou não doutrina cristã.
Apesar desse movimento, representado especialmente pelos primeiros concílios ecumênicos, foram se aprofundando algumas diferenças entre as tradições oriental e ocidental. Elas derivaram inicialmente das divisões lingüísticas e sócio-culturais entre o Império Romano do Ocidente e o Bizantino. Em virtude do Ocidente (ou seja, a Europa) usar o latim como sua língua franca e o Oriente (o Oriente Médio, a Ásia e no norte da África) usarem o grego koine para transmitir seus escritos, os desenvolvimentos teológicos tornaram-se de difícil tradução de um ramo para o outro.
A primeira rotura significativa e duradoura no Cristianismo histórico sucedeu com a Igreja Assíria do Oriente, após a controvérsia cristológica sobre o nestorianismo em 431 (entretanto, os assírios assinaram uma declaração cristológica de fé em comum com a Igreja católica em 1994). Hoje as Igrejas Católica e Assíria vêem este cisma como um problema basicamente lingüístico, devido a problemas na tradução de termos muito delicados e precisos do latim para o aramaico e vice-versa (veja Concílio de Éfeso). Depois do Concílio de Calcedônia, em 451, a seguinte grande divisão ocorreu com as Igrejas Síria e Alexandrina (egípcia ou copta), que se separaram em virtude de suas características monofisitas (entretanto, o patricarca sírio Ignatius Zakka I Iwas e o papa João Paulo II assinaram, também, uma declaração cristológica de fé). Estas igrejas monofisistas são conhecidas como Igrejas não-Calcedonianas (a Ortodoxia Oriental), diferenciando-se da Igreja Ortodoxa por aceitarem apenas os três primeiros concílios ecumênicos.
Embora a Igreja como um todo não tenha experimentado maiores divisões nos séculos seguintes, os grupos oriental e ocidental chegaram até ao ponto em que os Patriarcas de ambas as famílias se excomungaram mutuamente em 1054, no que ficou conhecido como o Grande Cisma. As razões políticas e teológicas para o cisma são complexas mas o ponto mais controverso foi a questão da primazia papal: o Ocidente insistia em que o Patriarca de Roma mantinha uma posição especial de autoridade sobre os outros patriarcas (em Alexandria, Antioquia, Constantinopla e Jerusalém), enquanto que o Oriente sustentava que todos os patriarcas eram co-iguais, não tendo qualquer autoridade especial sobre outras jurisdições. Cada igreja considera a outra como a catalisadora da divisão e foi somente no papado de João Paulo II que se fizeram reformas significativas para melhorar a relação entre as duas.
No Cristianismo ocidental houve uma série de movimentos geograficamente isolados que precederam o espírito da Reforma protestante. Na Itália, no século XII, Pedro Valdo fundou o grupo dos Valdenses. Tal movimento foi largamente absorvido por grupos protestantes modernos. Na Boémia, uma região ortodoxa, os Estados Pontifícios (na época, um estado muito mais poderoso do que a Santa Sé atual) tomaram a região e converteram-na à fé católica. Um movimento iniciado no princípio do século XIV por John Huss (os Hussitas) desafiou o dogma católico, permanecendo até hoje (mais tarde, iriam dar origem aos Morávios).
Um movimento independente, que, anos depois, viria a alinhar-se com a Reforma, foi deflagrado quando o rei Henrique VIII de Inglaterra declarou-se como cabeça da Igreja da Inglaterra, com o Ato de supremacia em 1534, fundando o Anglicanismo como um ramo separado da fé cristã.
Um cisma enorme derivou-se, não intencionalmente, pela postagem das 95 teses por Martinho Lutero, em Wittenberg, em 31 de Outubro de 1517. Escritos inicialmente como uma série de reclamações a fim de estimular a Igreja católica a reformar-se por si mesma, muito mais do que iniciar uma nova seita, os textos de Lutero, combinados com a obra do teólogo suíço Ulrico Zuínglio e do teólogo francês João Calvino, levaram a uma fissura no cristianismo europeu que criou o que é, hoje em dia, o segundo maior ramo do Cristianismo depois do próprio Catolicismo: o Protestantismo.
Distintamente dos outros ramos (Catolicismo, Ortodoxia, os Orientais "monofisitas", os Assírios e os Anglicanos), o Protestantismo é um movimento geral que não tem uma estrutura governamental interna. Desta forma, diversos grupos, como Luteranos, Presbiterianos, Congregacionais, Anabatistas, Metodistas, Batistas, Adventistas, Pentecostais, e, possivelmente, os Restauracionistas, (dependendo do esquema de classificação que for utilizado) são todos parte de uma mesma família.

 

Modelos de classificação

 

Apesar de, no passado, a grande maioria dos cristãos terem permanecido por séculos unidos na mesma Igreja, alguns defendem que o cristianismo jamais foi uma fé monolítica. De qualquer forma, hoje essa variedade de grupos existe, apesar deles compartilharem uma história e uma tradição comuns. O cristianismo é, atualmente, a maior religião do mundo (somando aproximadamente um terço de sua população). Isso torna pertinente o estudo comparativo das suas várias tradições, no que diz respeito à tradição em si, à teologia, ao governo eclesiástico, doutrinas, formas de linguagem, etc.
A primeira divisão, na maioria dos modelos de classificação, ocorre entre as famílias do cristianismo oriental e ocidental. Dentro destas duas famílias principais encontramos os ramos distintos do cristianismo. Podemos organizá-los em seis grupos (por ordem de decrescente de número de fiéis): Catolicismo, Protestantismo, Ortodoxia, Anglicanismo, Igrejas não-Calcedonianas (que seguem o "Monofisitismo", como a Igreja Armênia e a Igreja Copta, por exemplo) e "Nestorianismo" (especificamente, a Igreja Assíria do Oriente).
Depois destes grandes ramos, vêm as famílias denominacionais. Em algumas tradições, tais famílias são definidas com precisão (como as igrejas autocéfalas nos ramos Ortodoxos). Em outras, esta precisão se perde em função da existência de grupos ideológicos que se sobrepõem (este é especialmente o caso do protestantismo, que inclui Anabatistas, Batistas, Congregacionais, Pentecostais, Luteranos, Metodistas, Presbiterianos, Igrejas Reformadas, e outros, possivelmente, dependendo da orientação do responsável pela classificação). Há, também, denominações que, no Ocidente, têm uma completa independência para estabelecer sua doutrina (por exemplo, as igrejas nacionais na Comunhão anglicana ou a Igreja Luterana - Sínodo de Missouri no luteranismo). Neste ponto, torna-se mais difícil aplicar a classificação às igrejas orientais e as católicas em virtude da rigidez de suas estruturas hierárquicas. Unidades mais precisas depois das denominações incluem certos tipos de concílios regionais, congregações individuais e corpos eclesiásticos.

Grupos ocidentais

 

Praça de São Pedro, no Vaticano: grande símbolo católico.
O catolicismo e o protestantismo são as duas maiores divisões do Cristianismo no mundo ocidental, incluindo o anglicanismo como parte do último grupo. O anglicanismo é geralmente classificado como protestante, mas desde o movimento de Oxford, no século XIX, liderado por John Henry Newman, os escritores anglicanos enfatizam uma compreensão mais católica da Igreja e caracterizam-na como melhor entendida em sua própria tradição – uma via media, protestante e católica ao mesmo tempo.
Um elemento central da tradição católica é a sua adesão literal ao princípio de sucessão apostólica. Apóstolo significa “aquele que é enviado”. Segundo o conceito católico, Jesus comissionou os doze primeiros apóstolos (veja Personagens bíblicos para uma lista dos Doze) e eles continuaram fazendo o mesmo, impondo as mãos sobre os líderes subseqüentes da Igreja para ordená-los (comissioná-los) ao ministério. Desta forma, os católicos traçam uma linha sucessória de seus líderes em ligação com os primeiros doze apóstolos. Uma crença característica dos católicos é a de que o Papa tem uma autoridade que pode ser ligada diretamente àquela que teria sido concedida ao apóstolo Pedro. Há alguns pequenos grupos cismáticos dentro da fé católica, como a Antiga Igreja Católica, que rejeitou a definição de infalibilidade papal declarada pelo Concílio Vaticano I, e os Anglo-católicos, anglicanos que afirmam ser o anglicanismo a continuação do catolicismo histórico e que incorporam muitas crenças e práticas católicas. O catolicismo é amplamente designado como Catolicismo Romano, mas este título é um reflexo pouco acurado da organização da fé católica, pois há outros ritos distintos do rito romano (que compõe a vasta maioria dos fiéis). Estes pequenos grupos são incluídos no rito oriental (que é composto pelos cristãos orientais que se diferenciam de sua tradição por se submeterem à autoridade papal). O catolicismo é uma fé profundamente hierárquica na qual a suprema autoridade para matérias de fé e prática são de domínio exclusivo do Papa.


Catedral luterana em Helsinque, Finlândia.


Como o protestantismo não representa uma organização uniforme de fiéis mas sim uma tradição religiosa que se dividiu por várias vezes, este é regularmente analisado a partir de suas grandes famílias denominacionais. Cada movimento protestante desenvolveu-se livremente e muitos se dividiram em função de questões teológicas. Um grande número de movimentos, por exemplo, teve origem a partir de avivamentos religiosos, como foi o caso do Metodismo e do Pentecostalismo. Temas doutrinários e questões de consciência também têm dividido os protestantes. A tradição Anabatista, composta dos Amish e dos Menonitas, rejeitou as doutrinas católica e luterana do batismo infantil; esta tradição é, também, reconhecida pela defesa intransigente do pacifismo. O grau de aceitação mútua entre denominações e movimentos varia, mas tem crescido muito em função do movimento ecumênico no século XX e do surgimento de organizações cristãs como o Concílio Mundial de Igrejas. A teologia protestante para cada denominação geralmente é definida por concílios eclesiásticos locais.

 

Grupos orientais

 

No mundo oriental, a maior organização de fiéis pertence à Igreja Ortodoxa. Ela também crê que é a continuação da Igreja cristã original estabelecida por Jesus. De acordo com a compreensão oriental da primazia papal, o bispo de Roma foi o primeiro em honra entre os bispos, mas não possuía nenhuma autoridade direta sobre outras dioceses que não fossem a sua. Conseqüentemente, cada Igreja em comunhão com a Igreja Ortodoxa é autocéfala, e é responsável internamente por questões de fé e prática. Hoje em dia, o Patriarca de Constantinopla (modernamente Istambul, na Turquia) é conhecido como o Patriarca Ecumênico, e sustenta o título de honra entre os outros bispos (primus inter pares). Junto às quatro igrejas mais antigas, há aproximadamente dez outras igrejas mais ou menos organizadas em linhas nacionais (há alguma controvérsia sobre se a Igreja Ortodoxa na América é ou não autocéfala). A maior delas, e a maior de todas as igrejas ortodoxas, é a Igreja Ortodoxa Russa. Existem, hoje em dia, alguns pequenos cismas com grupos e igrejas nacionais que não mantêm comunhão com outras igrejas ortodoxas (como é o caso da Igreja Ortodoxa da Macedônia e da Igreja Ortodoxa de Montenegro).
As Igrejas não-Calcedonianas (“monofisitas”), organizam-se de uma maneira similar, com seis grupos nacionais autocéfalos e duas organizações autônomas. Embora a região das modernas Etiópia e Eritréia mantenha um forte grupo de ortodoxos não-calcedonianos desde a infância do cristianismo, tais locais só alcançaram a autocefalia em 1959 e 1998, respectivamente. Como este grupos são um tanto quanto obscuros no Ocidente, a literatura sobre eles inclui, algumas vezes, a Igreja Assíria do Oriente como parte das Igrejas não-calcedonianas, mas os assírios mantêm independência teológica, cultural e eclesiástica em relação às outras igrejas cristãs desde 431.
Esta Igreja "nestoriana" é administrada segundo um modelo hierárquico não muito diferente do dos católicos, e o líder eclesiástico máximo é o Patriarca Catholicos da Babilônia, atualmente HH Mar Dinkha IV. Em virtude da perseguição religiosa, a sede principal da Igreja se encontra em Chicago, Illinois, ao invés da Assíria (norte do Iraque e parte do Irã). Alguns fiéis, entretanto, permanecem no Oriente Médio, e uma pequena congregação ainda existe devido aos esforços missionários na China, durante os séculos VII e VIII. O curioso é que, mesmo dentro deste pequeno grupo, há um Catholicos (Patriarca) rival na Califórnia.

 

Outras denominações cristãs

 

Apesar de ser difícil estabelecer uma definição precisa do que é a corrente principal do cristianismo, há alguns grupos que caminharam para além daquilo que popularmente é definido como uma organização cristã, compartilhando, no entanto, alguma conexão histórica com a comunidade mais ampla de cristãos.
Considerando esta diversidade, torna-se quase impossível definir o que é o cristianismo sem incorrer em dois extremos: ou rejeitar todas as definições, ou adotar uma definição como autoritativa e, assim, rejeitar as outras. Em termos de objetividade científica, ambas as opções são consideradas problemáticas.
O cristianismo, mesmo em sua infância, enquanto seita judaica, sempre rejeitou uma definição étnica. Ele foi concebido e cresceu como uma religião internacional com ambições globais, espalhando-se rapidamente da Judéia para nações e povos de todo o mundo. Mais do que o caráter étnico, são as doutrinas que definem essencialmente o cristianismo – mesmo quando grupos étnicos mantêm-se cristãos por gerações inteiras.



Pontos distintos de doutrina podem variar desde um pequeno número de proposições simples até uma quantidade numerosa de elementos, dependendo de cada grupo. Alguns grupos são relativamente estáticos, enquanto outros mudaram dramaticamente suas definições ao correr do tempo. Como exemplo, antes do Iluminismo, mestres cristãos que negassem a doutrina da Santíssima Trindade (dogma amplamente sustentado, tratando das relações entre Deus Pai, Deus Filho e o Espírito Santo, formulado, a nível terminológico, a partir de passagens do Novo Testamento ao longo dos quatro primeiros séculos da era cristã) seriam expulsos de suas igrejas e, em alguns casos, exilados ou mesmo destituídos da proteção da lei. Actualmente, algumas tradições de fé reivindicam não ser descendentes de nenhum dos grupos históricos, mas não deixam de se considerar cristãos na sua essência.
A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (também conhecida como Mórmon), por exemplo, entende a Santíssima Trindade de forma diferente: para eles, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são seres distintos entre si. Esta denominação é algumas vezes agrupada entre as igrejas protestantes, embora não se caracterize a si mesma como tal [1] [2]. Sua origem, durante o Segundo Grande Despertamento, foi paralela ao surgimento de inúmeras outras religiões norte-americanas, incluindo os Adventistas e o movimento de restauração.
Quanto às Testemunhas de Jeová, embora afirmem ser cristãs, também não se consideram parte do protestantismo apesar de alguns críticos as tentarem assim catalogar. Seus adeptos crêem que praticam o cristianismo primitivo e que não são fundamentalistas no sentido em que o termo é comumente usado, mas sim rigorosos no cumprimento do Cristianismo. Aceitam a Jesus como criatura, de natureza divina, seu líder e resgatador, rejeitando a crença na Trindade e ensinando que Cristo é o filho do único Deus Todo Poderoso, Jeová bem como acreditam que o Espírito Santo é a força ativa de Deus, Jeová.
Outros movimentos deram origem ao Unitarianismo, que renunciou formalmente às suas origens cristãs em 1961 e existe como uma organização religiosa separada. Apesar de sua virtual abstenção de qualquer doutrina formal, no entanto, há unitarianos que se auto-identificam como cristãos, apesar de serem uma minoria.
Em 1980 a Igreja Adventista do Sétimo Dia alterou suas crenças fundamentais adicionando a doutrina da Santíssima Trindade como uma crença básica. Essa doutrina era muito combatida pelos pioneiros fundadores dessa denominação. Muitos membros não concordam com a mudança ao tomarem conhecimento da posição dos pioneiros e aqueles que se expressam contrários à mudança são destituídos do rol de membros e vários deles juntam-se aos unitarianos, formando movimentos independentes.

 

Cristianismo Esotérico

 

Há algumas tradições cristãs que se auto-denominam "religiões de mistérios" e estão correlacionadas não com o culto, mas com o auto-conhecimento do homem como espírito e parte integrante de Deus. Estas tradições são conhecidas como Cristianismo Esotérico (ou "Cristianismo Místico"), e são as únicas denominações cristãs reencarnacionistas e evolucionistas.
Essas tradições advogam a ideia de que todas as formas viventes passam pelo mundo como forma de se desenvolver, iniciando-se na inconsciência e terminando na mais elevada consciência. A palavra de Cristo seria, então, válida para o atual estágio da humanidade e consistiria em despertar o homem para o amor e o altruísmo, formando, a seu devido tempo, uma fraternidade universal, até que a humanidade esteja pronta para se dirigir diretamente a Deus. Uma das organizações mais conhecidas ligadas ao Cristianismo Esotérico é a Fraternidade Rosacruz de Max Heindel. Várias outras fraternidades rosacrucianas também se declaram cristãs e gnósticas, como é o caso da Fraternitas Rosicruciana Antiqua e a Lectorium Rosicrucianum. 


Não-categorizados

 Algumas denominações que surgiram em meio à tradição cristã ocidental consideram-se cristãs, mas não católicas e nem totalmente protestantes, como é o caso da Sociedade Religiosa dos Amigos (ou Quacres). O Quaquerismo começou como um movimento cristão de caráter evangélico e místico na Inglaterra do século XVII, dispensando sacerdotes e todos os sacramentos anglicanos e católicos de seu culto. Assim como os menonitas, os quacres são tradicionalmente contrários a qualquer forma de violência, como a participação em guerras.

Início das principais denominações cristãs professas

 

O Cristianismo foi fundado por Jesus de Nazaré, reconhecido pelos seus seguidores como o Messias ou Cristo, durante um período de cerca de três anos e meio, entre os anos 29 e 33 do Século I. As suas idéias e doutrinas foram assimiladas pelos seus principais seguidores, ou apóstolos, e largamente difundidas durante as primeiras décadas após a sua morte, sendo criadas comunidades de cristãos, ou seguidores de Cristo, em praticamente todas as cidades do Império Romano.
As comunidades cristãs orientais, chamadas de Igreja Católica Ortodoxa e ocidentais chamadas de Igreja Católica Romana se desenvolveram de uma maneira relativamente independente ao longo dos séculos, entrando principalmente em conflito a partir do século IX devido à validade do Quarto Concílio de Constantinopla[3] e se separando definitivamente com o cisma de 1054. A partir do século XVI, foram criadas outras igrejas que, ao contrário da Igreja Ortodoxa, que crê em vários dogmas católicos, protestavam contra eles. São as igrejas protestantes. E, a partir do século XIX, começa uma seqüência de cismas, dentro das igrejas reformadas: são criadas as chamadas igrejas pentecostais, que crêem em vários fenômenos que são atribuídos ao Espírito Santo. Na tabela abaixo apresentam-se alguns dados sobre algumas das denominações cristãs professas que existem actualmente:


Denominação Fundador ou personagens influentes Ano de origem Local de origem
Igrejas não-calcedonianas
451[4] Médio Oriente e Egipto
Igreja Católica Romana Papa Leão IX[nota 1] 1054[nota 2][5][6] [7] [8] Constantinopla, (actual Istambul, Turquia)
Igreja Católica Ortodoxa Miguel Cerulário[nota 3] 1054[nota 2][6][7][8][5] Constantinopla, (actual Istambul, Turquia)
Protestantismo Martinho Lutero[nota 4] 1517[9] Alemanha
Anabatistas Georg Blaurock, Conrad Grebel e Félix Manz[nota 5][10] 1525[11] Suíça
Luteranismo[nota 6] Martinho Lutero 1530[12] Alemanha
Anglicanismo Henrique VIII de Inglaterra[13] 1534[14] Inglaterra
Calvinismo (Igreja Reformada) João Calvino 1541 Suíça
Igreja Menonita (Anabatistas) Menno Simons[15] 1550[15] Países Baixos
Presbiterianismo John Knox 1567 Escócia
Congregacionalismo Richard Fytz 1567 Escócia
Batistas John Smyth, Thomas Helwys 1609 Países Baixos
Sociedade dos Amigos (Quaker) George Fox 1652 Inglaterra
Igreja Menonita Amish Jacob Amman 1693 Suíça
Metodismo John Wesley 1730 Inglaterra
Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias (Mórmon) Joseph Smith Jr. 1830 Estados Unidos da América
Adventismo William Miller 1831 Estados Unidos da América
Igreja Adventista Tiago White 1844 Estados Unidos da América
Cristadelfianos John Thomas c. 1840/1850 Estados Unidos da América
Exército de Salvação William Booth, Catherine Booth 1865 Inglaterra
Ciência Cristã Mary Baker Eddy 1866 Estados Unidos da América
Testemunhas de Jeová Charles Taze Russell 1879 Estados Unidos da América
Igreja Presbiteriana Independente Eduardo Carlos Pereira 1903 Brasil
Pentecostalismo William Seymour 1906 Estados Unidos da América
Cristianismo Rosacruz Max Heindel 1909 Alemanha e Estados Unidos da América
Congregação Cristã Louis Francescon 1910 Brasil e Estados Unidos da América
Assembleia de Deus (Brasil) Gunnar Vingren e Daniel Berg 1911 Brasil e Estados Unidos da América
Assembleias de Deus Americas Vários pastores 1914 Hot Spings,Estados Unidos da América
Igreja do Evangelho Quadrangular Aimee Semple McPherson 1923 Los Angeles (Estados Unidos da América)
Igreja Universal do Reino de Deus Edir Macedo Bezerra 1977 Brasil
Igreja Maná Jorge Tadeu 1984 Portugal

 

Notas

  1. O Papa Leão IX não foi o fundador desta denominação, mas sim o primeiro líder após a separação
  2. a b Apesar de as duas denominações já terem começado a se desenvolver ao longo da Idade Média, ambas só receberam seus nomes actuais - Igreja Católica Apostólica Romana e Igreja Católica do Oriente - após o Grande Cisma do Oriente em 1054.
  3. Miguel Cerulário não foi o fundador desta denominação, mas sim o primeiro líder após a separação
  4. Lutero é considerado o fundador por ter sido dele o primeiro acto real a favor a mudança.
  5. Os três são considerados fundadores por terem sido eles os primeiros líderes da reforma a receberem o baptismo por imersão e pregarem que assim deveria ser feito
  6. Apesar de ser considerado "pai do protestantismo", Lutero tinha ideias que mais tarde se desviaram a ideia de outros líderes, por isso deu-se a criação do, depois assim chamado, Luteranismo.
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Denomina%C3%A7%C3%B5es_crist%C3%A3s