Estórias sobre centenas de vidas passadas do Buddha são relatadas em antigos contos conhecidos como Jatakas. Ele era um bodhisattva, isto é, alguém que passou muitas eras praticando as perfeições que conduzem à iluminação. Depois de completá-las, ele desceu do paraíso de Tushita e renasceu como um príncipe no norte da Índia, por volta do século VI a.C. A vida desse príncipe também é narrada em muitos textos tradicionais.
Naquele tempo, a Índia estava dividida em pequenos estados e sua sociedade era dividida em castas. Desde aquela época, já havia uma grande diversidade de práticas religiosas.
Uma jovem pastora chamada Sujata decidiu fazer uma oferenda de leite e arroz aos seres divinos da floresta. Aquele era um gesto de agradecimento por ela ter conseguido um filho. Ao ver Siddhartha meditando na floresta, Sujata pensou que ele fosse uma divindade e lhe entregou a oferenda. Siddhartha se alimentou e logo recuperou a saúde. Os outros ascetas pensaram que ele tinha abandonado sua busca pelo despertar e o deixaram para trás. Siddhartha foi então para Bodh Gaya, onde os seres iluminados do passado atingiram o despertar. Ele se sentou sob a figueira de bodhi e jurou que só se levantaria após atingir a iluminação. |
Na primeira vigília da noite, ele contemplou a sucessão de todas as suas vidas passadas. Na segunda vigília, ele contemplou o karma — o modo como as ações e seus frutos condicionam todos os seres. Na terceira vigília, ele contemplou o sofrimento, sua causa, sua cessação e o caminho que leva à cessação. Pela manhã, Siddharta finalmente atingiu o bodhi — a iluminação, o despertar — e exclamou, "Maravilha das maravilhas, todos os seres são completos e perfeitos, dotados de virtude e sabedoria, mas os pensamentos ilusórios impedem que percebam isso!" A partir de então, ele passou a ser conhecido como Buddha — o Iluminado, o Desperto — e como Shakyamuni — o Sábio dos Shakyas. |
Durante os 49 dias seguintes, o Buddha Shakyamuni permaneceu em meditação. Inicialmente, ele pensou que os seres seriam incapazes de compreender o Dharma, o caminho que leva à iluminação. Entretanto, um ser divino ajoelhou-se aos seus pés e implorou que ele desse ensinamentos. Cheio de amor e compaixão pelos seres, o Buddha então decidiu transmitir o Dharma. Buddha Shakyamuni procurou os ascetas que tinham sido seus companheiros e lhes concedeu os primeiros ensinamentos. Eles se tornaram os primeiros monges e assim surgiu a Sangha, ou comunidade buddhista. |
O Buddha passou a viajar constantemente para expor o Dharma, atraindo muitos discípulos. Em três meses, sessenta discípulos já tinham atingido a santidade. Eles foram enviados a várias direções como mensageiros do Dharma, "para o benefício de muitos, para a felicidade de muitos, por compaixão pelo mundo". |
A cada ano, na estação das chuvas, o Buddha Shakyamuni reunia-se com seus discípulos para fazer um retiro. Generosos benfeitores doaram monastérios para a comunidade buddhista se reunir e fazer seus retiros. Certa vez, ao fazer um retiro solitário na floresta, o Buddha foi atendido por um elefante e um macaco. |
Um temido assassino chamado Angulimala tinha matado 999 pessoas e carregava no pescoço uma guirlanda com dedos de suas vítimas. O Buddha Shakyamuni seria sua milésima vítima, mas depois de conhecê-lo, Angulimala tornou-se monge. Com seu amor e compaixão, o Buddha viu que ele tinha capacidade de cultivar a amizade e a bondade. No futuro, até mesmo Angulimala atingirá a iluminação e se tornará um buddha solitário. |
Aos 80 anos de idade, o Buddha Shakyamuni proferiu seus últimos ensinamentos e atingiu a liberação final, ou parinirvana, em um bosque da cidade de Kushinagara. Uma semana depois, seu corpo foi cremado e suas relíquias foram divididas, sendo preservadas em muitos relicários. Quando desaparecerem todos os ensinamentos do Buddha Shakyamuni, o bodhisattva Maitreya descerá do paraíso de Tushita e renascerá em nosso mundo para se tornar o próximo Buddha. Fonte: http://www.dharmanet.com.br/buddha/resumo.php |